sábado, 26 de maio de 2012

SETÚBAL MAIS BONITA

   No âmbito da iniciativa Setúbal Mais Bonita, milhares de voluntários têm-se mobilizado para requalificarem darem um aspecto mais cuidado a diversos equipamentos em espaços públicos da Cidade.
   O projecto conta com o patrocínio da Câmara Municipal, Juntas de Freguesia, entidades empresariais estabelecidas no Concelho e com a colaboração de milhares de voluntários que lançaram mãos à obra com o entusiasmo com que decorreu a primeira edição do projecto, entre 25 e 27 de  Setembro do ano passado.
    Longe de se limitar ao arranjo de espaços e equipamentos, nomeadamente, pinturas de paredes e muros e manutenção de jardins, a iniciativa foi motivo de confraternização e de convívio entre aderentes e participantes. 
    Acompanhei as "operações" desenroladas na Escola Básica N.º 3 (Pinheirinhos), do Agrupamento Luísa Todi, onde houve animação com jogos tradicionais, música e um pique-nique custeado pelos participantes, com apoio da Direcção da escola e da Associação de Pais respectiva.
   Em ambiente descontraído, com muita alegria, propício à recepção de princípios de Educação Cívica, no respeitante à responsabilidade que todos, e cada um de nós, temos na conservação e preservação do nosso Património Colectivo, todos os intervenientes se dedicaram de alma e coração às tarefas que se propuseram executar ou que lhes foram atribuídas.
   Não foi só na Escola dos Pinheirinhos, mas em todo o Concelho que o voluntariado funcionou, provando a capacidade de resposta que os portugueses revelam quando são desafiados a pôr à prova o seu civismo, tantas vezes injustiçado por quem, num processo de generalização, tão comum entre nós, confunde actos individuais, muitas vezes de puro vandalismo, com actuações colectivas que estão muito longe de corresponder a práticas generalizadas.
   Podemos ser um Povo com falhas de instrução, e somo-lo em muitas áreas!, mas temos uma boa educação de base que tem sido passada de geração em geração.
   Os participantes terão dado por bem empregue o tempo que dispensaram no alindamento do que é património de todos que, certamente, passa a ser mais respeitado e  cuidado, por quem nunca teria encarado como tal o que hoje foi objecto de cuidados especiais por parte de cada interveniente.
   Interrogar-se-ão muitas pessoas - confesso que a frio, à primeira notícia que tive do projecto, eu próprio fui uma delas - se tudo isto não passará de obra de fachada cuja finalidade é esconder o estado miserável em que se encontra grande parte do nosso tecido urbano. Admito que possa assumir esse aspecto, mas há muito mais a ter em conta, para além disso.
   Numa altura em que nos debatemos com os gravíssimos problemas que a todos afectam e que me dispenso de enumerar por serem demais conhecidos, testar a nossa vontade colectiva e determinação no desempenho de uma missão, ou tarefas comuns, é tónico que revitaliza o nosso ego, nos faz acreditar nas nossas possibilidades e no poder de, com a nossa força colectiva, transpormos os obstáculos e rumarmos de novo ao futuro com a determinação de um  Povo que, ao longo dos séculos, tem sabido encontrar soluções sempre que a sua identidade e independência tem estado em causa.
    Outro aspecto positivo de iniciativas deste género, ao levantarem interrogações no nosso espírito, é o de nos lançar mais um desafio: o de encontrarmos novas explicações para estados, factos e situações  com que convivemos dia-a-dia e que toda a gente tende a comentar da mesma maneira, numa opinião generalizada, muitos chamam-lhe "o politicamente correcto", que dispensa o pensamento próprio em detrimento do fabricado que toda a gente utiliza, falando barato sem ficar mal-visto.
  Pois aconteceu-me exactamente, ao por a cabecinha a funcionar - ela ainda funciona! Aleluia! - encontrar uma explicação nova para uma já velha questão.
   Fiquem descansados! Não é para hoje! 
  Talvez para a próxima conversa!

Setúbal, 27 de Maio de 2012

 Paulo Eusébio
   

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