sexta-feira, 8 de março de 2013

DIA INTERNACIONAL DA AVE DOMÉSTICA

   No calendário dos dias internacionais comemorativos procurei, sem êxito, um que fosse dedicado às aves domésticas.
   Parece-me injusta e injustificada a descriminação a que estão sujeitas as aves (geralmente engaioladas) que nos alegram os lares, quase sempre entoando cantos melodiosos, a troco de sementes e água com que os donos as alimentam.
   Por tão curta paga, as aves domésticas dedicam-se aos donos que reconhecem, muitas vezes recebendo-os com belos trinados, depois de um dia de isolamento na gaiola, quando eles chegam a casa.
   Quem me conhece sabe que eu não sou entusiasta dos "dias internacionais", antes defensor de que a atenção e propósitos propostos para essas datas fossem dedicados, diária e constantemente, a pessoas e sentimentos, em vez dessa lavagem de consciências, logo sujas, de novo, no lamaçal da hipocrisia humana. Apesar disso, dada a natureza do objecto, proponho a criação de um dia internacionalmente dedicado às aves domésticas. 
 Nesse dia as aves poderiam ser libertadas das suas gaiolas, circular livremente pelas casas, alimentando-se e saciando a sede nas casas de jantar e nas cozinhas dos donos. As janelas seriam abertas e todas as aves poderiam voar livremente e, se quisessem, poderiam voltar para as suas gaiolas, durante mais um ano, até ao seu dia internacional do ano seguinte.
   Se pretendessem aproveitar a data para seguirem novos rumos bastar-lhes-ia, de acordo com o Art.º 1.º da Declaração dos Direitos das Aves Domésticas - «Todas as aves são livres de voar para  qualquer país ou lugar, tendo como limites a sua autonomia em distância e o céu em altitude.» (a aprovar oportunamente) -  não voltarem para as casas dos donos decidindo assim novos rumos a dar livremente às suas vidas.
   Como não gosto de deixar sugestões pelo meio, proponho a data para o I Dia Internacional da Ave Doméstica, precisamente para daqui a um ano: 8 de Março de 2014, aproveitando a deixada vaga por uma comemoração, que proponho passe a ser diária e constante, de celebração da Mulher, como pedra basilar da humanidade, que gera, amamenta, e acarinha, e pelo papel preponderante que tem na formação integral do ser humano.

Setúbal, 8 de Março de 2013
Paulo Eusébio