terça-feira, 5 de junho de 2012

O VERDE QUE SUSTENTA A VIDA

   (dedicado aos homens de amanhã, porque os de hoje estão demasiado viciados)

  Este Ano o Brasil foi o país escolhido para sede do Dia Mundial do Ambiente, que hoje, 5 de Junho, se celebra.
  O Brasil contém, no seu território, o maior pulmão do Mundo - a Bacia Amazónica - com as suas incontáveis espécies botânicas e zoológicas, criminosamente atacadas por traficantes de madeiras raras e de animais exóticos, e pelos avanços do chamado "progresso", que, movido por interesses criados e mantidos pela ganância de alguns poderosos, vão avançado estradas e fixando populações em locais que nunca deveriam deixar de ser floresta natural.
   
     Não pretendendo ser exaustivo nestas reflexões, deixo de fora outros aspectos, como o garimpo e as queimadas, provocadas criminosamente, levadas a cabo pelos destruidores da floresta, cuja acção contribui para a poluição, por excesso de dióxido de carbono, com os reflexos conhecidos nas camadas superiores da atmosfera e os efeitos na diminuição da capacidade de filtração dos raios solares ultra-violetas, causadores ou aceleradores de doenças gravíssimas do nosso principal órgão protector - a pele.
   Para vivermos necessitamos de respirar. Mas ao respirarmos inalamos de tudo no ar que nos rodeia, do qual precisamos, essencialmente do oxigénio que, em condições normais, constitui 21% dos componentes. Não podemos, no entanto, nem seria viável inalar só oxigénio puro: a "combustão lenta" que é a função respiratória aceleraria e a nossa vida decorreria em muito menos tempo que o normal. Ora, o problema nem chega a por-se porque há um outro gás, o nitrogénio, também conhecido por azoto, que sendo 78% da mistura atmosférica, coloca o oxigénio na dose certa de acordo com as nossas necessidades naturais. O que resta da atmosfera é constituído por outros gases em 0,97%, poeiras e outros poluentes. 
    A reposição na atmosfera do oxigénio que os seres vivos consomem está a cargo das plantas verdes. Estas têm a capacidade única de captarem o gás carbónico que os seres vivos, com elas incluídas, expelem na respiração e servindo-se da clorofila, a substância que lhes dá a cor verde, e aproveitando, num processo complexo, a energia contida na luz solar, decomporem o gás carbónico nos seus elementos: oxigénio, que lançam na atmosfera e carbono, que combinado com sais minerais contidos na  água que absorvem, principalmente pelas raízes, transformam em matéria orgânica que incorporam nos seus tecidos constitutivos.
    Assim, as plantas, estão na base de todo o desenvolvimento da vida no nosso Planeta. Mas não se limitam ao papel descrito. Fonte de alimentação dos herbívoros as plantas verdes levam-lhes tudo que foram buscar à natureza, permitindo-lhes uma vida que sem elas seria impossível, pela sua incapacidade de digerirem matéria inorgânica. Os herbívoros, por sua vez, alimentando os carnívoros e omnívoros, são, no extremo da cadeia, os portadores finais do produto fabricado pelas plantas verdes.
    
    Às vezes sentado num banco de um jardim, em ambiente calmo e repousante, dou comigo a magicar nestas coisas.
   
    Cada vez mais difícil de obter, por negligência, muitas vezes criminosa de alguns, e indiferença de outros, que poluem as suas fontes naturais, como se estivessem a fazer a coisa mais natural e legítima, a água com qualidade para ser consumida e incorporada na nossa alimentação ou bebida para nos matar a sede, carece cada vez mais de processos sofisticados de tratamento, que a tornam cara e escassa.
    De um bem considerado, há pouco mais de meio século, inesgotável, e naturalmente renovável a água começa a escassear em condições de poder ser consumida.
    Voltemos às cadeias alimentares: se a água alguma vez chegar a ser tão poluída que os animais que comam as plantas que a tenham absorvido morram envenenados, o homem terá atingido a sua última etapa - A auto-destruição.

 Nota: Nenhuma das fotografias utilizadas nesta reflexão foi obtida fora de território português.

Setúbal, 5 de Junho de 2012

Paulo Eusébio

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