sexta-feira, 1 de junho de 2012

BREVES REFLEXÕES SOBRE A CRIANÇA

    Hoje comemora-se o Dia Internacional da Criança.
    A decisão de dedicar um dia, anualmente, à Criança resultou de decisão da Organização das Nações  Unidas (ONU), sob proposta da Federação Democrática Internacional das Mulheres feita em 1950, na sequência da tentativa, desenvolvida desde 1946, por um grupo de países integrantes da ONU, de resolução dos gravíssimos problemas de toda a ordem que afectavam as crianças, em consequência do descalabro geral em que a Grande Guerra, terminada no ano anterior, deixara o Mundo.
    A primeira comemoração, sob este desígnio, ocorreu logo no primeiro dia de Junho de 1950.
    Como todos os «dias internacionais», uma das finalidades desta data é a de cada um de nós reflectir sobre as evoluções conseguidas, ou sobre as preocupações que devemos ter a cada momento durante todo o ano, para atingirmos ou nos aproximarmos do ideal de Justiça dos princípios enunciados na declarações  geralmente proclamadas, merecedoras do acordo declarado de (quase) todos os povos, embora constantemente desprezadas por muitos dos que têm a obrigação de as fazer respeitar.

   Vou colocar aqui o resultado de numa breve reflexão sobre algumas preocupações que se me oferecem sobre esta temática.
    «O sonho é uma constante da vida», afirma o poeta, e de certo modo, sabemos todos a importância que sonhos realizados tiveram, têm e terão no progresso da Humanidade. Utopias de ontem são realidades banais hoje. Mas até o sonho com toda a capacidade de mudança de estilos de vida e mentalidades carece de uma certa consciência do sua natureza, que não nos faça esquecer nunca a terra em que temos assentes os pés.
    O futuro tem de ser apoiado em alicerces, sólidos e seguros, não devendo apresentar a fragilidade de uma bola de sabão, por mais bela que seja, que de tão efémera, se assemelha a pura ilusão.
    Ao invés, o futuro deve construir-se com as ferramentas que possibilitem o trabalho e a mobilidade nas teias que a vida tece ao longo dos tempos. Só assim as crianças estarão aptas a vencer as dificuldades que a vida lhes colocará no percurso das suas vidas, com as alegrias, tristezas, êxitos e frustrações, que o pavimentarão.
    Todo o percurso da vida, naturalmente, se desenvolverá em diversos ambientes. Poucas coisas serão tão mutáveis como os "ambientes", cada vez mais artificiais e virtuais, como se a vida não fosse mais que uma realização televisiva dispondo das mais modernas tecnologias. Por isso é cada vez mais indispensável o contacto, com a frequência possível, com a natureza.
    A Natureza, nos seus inúmeros aspectos, possibilitará o desenvolvimento equilibrado e harmónico de cada criança, que atingida a idade adulta, se transformará num ser naturalmente bom e socialmente útil.

Setúbal, 1 de Junho de 2012

Paulo Eusébio

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