segunda-feira, 9 de julho de 2012

O MEU CASO

 Toda a gente tem comentado uma licenciatura obtida em poucos meses com a utilização de equivalências e créditos de competências e ainda, a prestação de exames em quatro cadeiras.
   A propósito vou contar o que se passou comigo há precisamente 46 anos.
   Tinha casado recentemente e fui passar as férias a seguir em Loulé, Terra de onde a minha mulher era natural.
   Na altura tinha uma patologia provocada, se bem me lembro, por um fungo, que me provocava bolhas nas plantas dos pés e espaços interdigitais, associadas a uma comichão diabólica, que estava a ser tratada com uma pomada, posteriormente retirada do mercado português de medicamentos, mas ainda disponibilizada  em Espanha, segundo pesquisa que fiz recentemente na Net, com a designação comercial "Vitamina f99 - pomada". Estando a terminar os 50 gramas da pomada, dirigi-me à Farmácia Pinheiro, que se situava na Praça da República, perto do Café Calcinha, e pedi ao empregado que atendeu, "uma embalagem de pomada Vitamina f99, por favor.".
   O Homem, com um sorriso, retorquiu: "deve haver engano, não existe nada com esse nome!".
   "Há, sim, senhor. Pelo menos, há poucos dias, ainda havia. É utilizada no tratamento de uma   patologia que consiste em..." e depois da explicação atirei-lhe: "Tem um simpósio à mão?".
   O Ajudante de Farmácia, pegou no grosso volume que retirou de baixo do balcão e começou a busca sugerida. Instantes depois, Encarou-me e reconheceu: "Tem toda a razão. Nunca me tinham feito qualquer pedido deste medicamento. Amanhã pela hora do almoço, já cá estará. Peço desculpa mas realmente desconhecia essa pomada!". Despedi-me com a promessa de que votaria no dia seguinte, o que cumpri.
   Mal entrei na farmácia, no dia seguinte, o empregado que me tinha atendido, ao ver-me, disse em voz bem alta lá detrás do Balcão: "Passou bem, senhor doutor? A pomadinha que me pediu já chegou!".
   Fiquei tão surpreendido que nem reagi. 
   Enquanto aquele homem trabalhou, nas poucas vezes que tive de ir àquela farmácia quadro ele me via lá vinha o cumprimento: "Como está senhor doutor?".





Paulo Eusébio

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