sábado, 21 de julho de 2012

O INFERNO PORTUGUÊS

   Todos os anos o Verão é aproveitado por criminosos que tornam o País num inferno vivo.
      Todos os anos se repete o reconhecimento dos erros que potenciam e agravam esta situação, como a obrigação da tomada de medidas de prevenção, que o próprio Governo, incumpridor costumeiro, não tem força para impor aos outros detentores da propriedade de matas e florestas.
     A RTP fazia um ponto da situação na sua página que copiei na integra e apresento abaixo:








Mais de mil bombeiros enfrentam incêndio na Serra do Caldeirão


Mais de mil bombeiros enfrentam incêndio na Serra do Caldeirão
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Melanie Maps, Lusa

As chamas que lavram na região da Serra do Caldeirão acercaram-se nas últimas horas de São Brás de Alportel. O combate a este incêndio, que teve origem em Cachopo, no concelho de Tavira, mobiliza agora 1043 operacionais, entre bombeiros e militares. Foram entretanto acionados oito meios aéreos, já depois de a Proteção Civil ter solicitado à GNR “a evacuação de todas as casas” entre as povoações de Cova da Muda e Javali. São 22 os concelhos de Portugal Continental que estão este sábado em “risco máximo” de incêndios.

Duas frentes continuam a dar luta aos bombeiros no Algarve. Ao início da manhã, o incêndio na Serra do Caldeirão, entre os concelhos de Tavira e São Brás de Alportel, era combatido por 1043 operacionais, entre os quais mais de 700 bombeiros e três dezenas de elementos do grupo de intervenção da Guarda Nacional Republicana. A apoiá-los havia ainda 260 veículos e um helicóptero de combate inicial.

A Autoridade Nacional de Proteção Civil acabaria por destacar, cerca das 7h00, oito meios aéreos para o Algarve – quatro helicópteros e dois aviões bombardeiros pesados e dois aviões bombardeiros médios anfíbios.

Ao início da manhã as chamas ainda lavravam às portas de São Brás de Alportel. Fonte dos Bombeiros de Lagoa confirmou à agência Lusa que pelo menos seis operacionais sofreram ferimentos ligeiros e cinco habitações foram consumidas pelo incêndio, uma no concelho de São Brás de Alportel e as outras quatro no concelho de Tavira. A que acresce a perda de uma viatura dos bombeiros, que ardeu. Durante a madrugada, a GNR procedeu à evacuação de várias povoações ameaçadas pelo fogo, segundo indicou à Antena 1 o segundo comandante da Proteção Civil de Faro.

“O incêndio afetou aqui a zona norte do concelho. Como medida de precaução, nós solicitámos à GNR a evacuação de todas as casas e povoações no eixo de Cova da Muda até Javali e também interditámos a estrada que liga estas duas povoações. Muitas das pessoas foram realojadas em casas de familiares e outras ficaram na Santa Casa da Misericórdia, isto numa ação concertada com a GNR e com o Serviço Municipal de Proteção Civil aqui de São Brás”, detalhou o segundo comandante Rui Graça.

“Seguiram entretanto três pessoas para o hospital. São pessoas idosas que necessitavam de medicação. E a verificar-se, isto confirmado pelo INEM, um ferido civil com queimaduras nas mãos que recusou sistematicamente assistência do INEM no local. Foi lá por meios próprios”, adiantou o mesmo responsável.
“Proteger as casas”
O incêndio que está a lavrar no concelho de São Brás de Alportel começou na zona de Cachopo, Tavira. Foi ao início da tarde de quarta-feira que as chamas deflagraram perto de Catraia, neste último concelho. O fogo tem sido alimentado pelo vento, que está a inundar São Brás de Alportel de fumo e cinza. E terá sido uma mudança de direção do vento a empurrar o incêndio para uma zona que até há poucas horas permanecia a salvo, aproximando-o da cidade.

A partir da localidade da Cova da Muda, o repórter da Antena 1 Mário Antunes retratava esta manhã aquela que era encarada pelos bombeiros como “a situação mais preocupante”: “Há um aglomerado com algumas dezenas de habitações que, neste momento, está vazio. Só os bombeiros. A Cova da Muda foi evacuada, tal como muitas outras localidades aqui nesta zona do Barrocal e serra de São Brás de Alportel. É aqui que se concentra agora o esforço dos bombeiros”.

“É uma zona de pinhal, de sobreiros também, e com muitas casas. É isso que os bombeiros tentam proteger agora aqui na zona da Cova da Muda. É um esforço sobretudo para proteger as casas que estão nesta localidade, não muito longe de São Brás de Alportel, a escassos cinco, seis quilómetros”, descreveu o jornalista da rádio pública, que, às 8h00, ainda não tinha avistado quaisquer meios aéreos no local.

O Instituto de Meteorologia atribuía este sábado a classificação de “risco máximo” de incêndio – a mais grave de uma escala de cinco, que varia entre “reduzido” e “máximo” - a 22 concelhos de Portugal Continental. O maior número destes concelhos pertencia ao distrito da Guarda, com sete, seguido de Coimbra, com quatro, Castelo Branco, Leiria e Viseu, todos com três, Santarém, com dois concelhos em “risco máximo”, e Faro, com apenas um.

Encontravam-se em “risco muito elevado” de incêndio 83 concelhos de Portugal Continental.

     Entretanto o ministro sr. Miguel, não é esse!, é outro!, Miguel Macedo acha que os meios são suficientes e adequados, conforme notícia breve da TSF ontem publicada:

Tavira: Área total ardida equivale a um terço do concelho Artigo apenas com texto 
O ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, visitou hoje de madrugada o posto de comando móvel situado em Cachopo e ouviu dos comandantes operacionais que não são necessários mais meios, além dos mais de 700 homens, com cerca de duas centenas de veículos, que se encontram no local e uma dezena de meios aéreos, que regressarão ao combate ao fogo pela manhã.
VIDA 20-07-2012
Tag:  Vida


   O sr. Miguel acreditou, pelos vistos, na suficiência dos meios afirmada pelos comandantes operacionais, segundo esta notícia, mas esqueceu várias coisas, acabado de sair do ar condicionado dos seus aposentos, para ir, pela fresquinha, ver o fogo: as horas de trabalho contínuo que aqueles Homens e outros, noutros locais, estavam a prestar para além do máximo que lhes seria exigível; o material sobre-esforçado e em muitos casos velho e obsoleto de que os Bombeiros dispõem; a missão dos bombeiros, que não se limitam a apagar fogos, mas acorrem a toda a espécie de situações, muitas de que dependem vidas humanas segurança de pessoas e bens, esquecimento comprovado pela actuação da polícia às ordens do sr. Miguel, mandando parar e autuando condutores de veículos de transporte de doentes por não irem acompanhados dos maqueiros que estavam ocupados a pagar fogos.  
   Não há dinheiro para mais meios, reconheço. Mas o sr. Miguel fará o favor de me dizer porque não falta dinheiro para aquisição de viaturas topo-de-gama para substituir aquelas, praticamente novas e em óptimo estado, em que o sr., o seu chefe, o chefe do seu chefe e os seus colegas e quejandos, se deslocam a velocidades que levariam à prisão cada um dos que suportamos os vossos luxos, sem referir as mordomias e suplementos dos vossos salários, próprios de um país rico e não da miséria em que nos estão a mergulhar?
    Sr. Miguel, são criminosas as mão que ateiam os fogos neste País, mas são igualmente criminosos todos os que, por omissões ou decisões inadequadas, contribuem para o inferno em que Portugal está mais uma vez, mergulhado.
     Para os criminosos sr, Miguel só deve haver um destino: a prisão. Depois de feita a triagem nos tribunais para comprovar e provar a autoria dos seus crimes. Se isso vier a acontecer só receio mais uma dificuldade: a falta de espaço para alojar tanta gente.


Setúbal, 21 de Julho de 2012.


Paulo Eusébio

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