quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

FESTAS DE NATAL DOS MAIS PEQUENOS

    O Natal, festa tradicional da Família, é, como nenhuma outra, vivida e participada pelas crianças, com  as  mais diversas iniciativas.
     Não faltam, nesta altura, entre outras, as festas natalícias, em infantários, escolas e ATL.
  Geralmente, estas festas têm a participação activa das crianças, desde a mais tenra idade, representando, pequenos actos teatrais, ou dizendo poesia, nas suas vozinhas frescas, hesitantes, por vezes com "brancas", evidenciando o nervosismo de quem, tão pequenino, pisa um palco, numa tentativa de mostrar o melhor que sabe e pode fazer.
   Actividade lúdica, brincadeira pura, dirão alguns que em pequenos não viveram esta situação, ou pior, que já não se lembram que foram crianças, incapazes de perceber o que passa por aquelas cabecinhas em momentos destes, em que sentem a necessidade de um justo elogio e aplauso para o trabalho que tiveram para chegar àquele momento e sair-se bem. O que as crianças querem, naquele instante, é a atenção da "plateia para o seu desempenho.
     E as famílias, das crianças? Qual o seu papel nestas festas? 
    Muitas famílias colaboram na preparação das festas, na medida em que o possam fazer, incentivam os seus pequeninos, dão-lhes confiança, para as suas actuações. A maioria, felizmente, comparece na festa, segue o desenrolar da apresentação, duma forma interessada e, acabado o espectáculo, comenta com a criança, o que por lá se passou. Do ponto de vista educacional, estas famílias estão a contribuir para a boa formação moral e intelectual das crianças.
Mas...

 Algumas pessoas, no entanto vão para estas apresentações para verem a única criança que actua na festa - a sua!
    Quando não está presente no palco a "sua" criança, esta gente, sem o mínimo de respeito nem pelas outras crianças, nem pelas outras famílias que estão na assistência - leia-se: sem a mais pequena ponta de civismo - desatam num falatório, como se estivessem no Mercado do Livramento, ao sábado, impeditivo do seguimento auditivo do que se passa na cena, dispersando toda a atenção das outras pessoas.
Não é situação nova. Há quem vá para os espectáculos em geral, ignorando todo o ambiente que deviam contribuir (todos!) para ser mantido, que permitisse, sem interferências nem ruídos estranhos que cada um seguisse tranquilamente, o que se passa no palco ou na tela. Em vez disso, tasquinham pipocas (negócio adicional das distribuidores de filmes...), comentam e conversam sobre os mais variados assuntos.
   Quando eu era miúdo, contava-se que, certa noite no São Carlos, Quando a música entrou em "pianíssimo", ecoou a voz de uma dama lamentando-se: «Lá me esqueci de mandar os sapatos para o sapateiro!» ...
     Afinal, as crianças de hoje são as herdeiras da geração das crianças da geração da senhora da ópera!
     Algumas não herdam educação! É natural: só se herda, havendo herança!

Setúbal, 20 de Dezembro de 2012
Paulo Eusébio

     

2 comentários:

  1. Exactamente! Assisti a muitas festas dessas. Inclusivé quando a minha filha tinha as festas de ballet no Tivoli e a plateia só cochichava, com muito pouco respeito pelos restantes. Não é de agora. Já lá vão mais de 20 anos!

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  2. Meu querido Paulo!
    Esqueceste os telemóveis.... haverá mais oportunidades!

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