terça-feira, 29 de setembro de 2015

Eu voto!... E você?

  Aí estão as eleições, cada vez menos livres, mas ainda rotuladas de democráticas. Menos livres porque enquanto os partidos do “arco da governação” têm ocupado horas e horas de informação, desde há meses, os outros, com assento parlamentar, têm tido um espaço muito menor.
  Às portas da campanha, a auscultação que se fez do que pensam “os maiores partidos” teve a forma de debate transmitido, simultaneamente, nos três canais televisivos (a RTP2 ficou de fora) e nas rádios de maior audiência nacional. Os “debates” em que intervieram os outros partidos com assento parlamentar, foram atirados para estações em sinal aberto mas acessível, apenas por quem tenha contrato com uma operadora de “cabo”. Dos restantes, em estações de menor audiência, RTP2 incluída, passaram entrevistas, ou debates com gente das diversas candidaturas,
   Num processo democrático, seria de esperar que, durante a Campanha, todas as candidaturas tivessem tratamento igual, pelos órgãos de Comunicação Social. Está à vista de todos esta “igualdade”!
   Gastam-se horas e horas com os algozes, agora transformados em fadas-madrinhas, a cantarem desafinados e a berrarem que, sem eles, estará tudo perdido e com saltitões, de armas no bolso que disparam e atingem os próprios pés,
   Para muitas pessoas, as eleições vão ser disputadas, com hipótese de formar o futuro Governo, entre o PàF (que nome sugestivo!) e o PS. E, como se não bastasse, parecem ignorar que o PàF esconde em si os obreiros da miséria em que o País foi mergulhado.
Só a informação isenta, e a igualdade de tratamento, legal e de facto, permitem a escolha livre eleitores.
 A informação tem sido distorcida ou omitida pelos disciplinados órgãos de Comunicação Social, ao serviço das forças financeiras que sustentam este Governo.
Sonegar informação é limitar e Liberdade!

   Outra novidade desta campanha são as sondagens diárias que, mais se assemelham a encomendas despachadas à pressa, como se o “sondador” morasse num prédio de14 ou 15 pisos e, ao sair de casa, chegado à porta da rua, tocasse sequencialmente a todas as campainhas, e, à pessoa que o atendesse em cada um dos apartamentos lançasse a mesma frase: “Bom dia, Vizinho, sou o Ezequiel, do 14.º, frente. Se as eleições fossem agora em quem votava?”. Posto isto multiplicava por dez o número de apartamentos do prédio e somava as respostas de intenção de voto em cada candidatura, tendo o cuidado de incluir os que não atendessem do lado direito, no PàF, no lado esquerdo, no PS e, na frente, nos indecisos: para dar mais credibilidade, faria corresponder o somatório disto tudo a 80%. Os 20% serviriam para apresentar como abstenção. O resultado da sondagem diária, dependeria, de quem respondesse em cada dia, à campainhada. Margem de segurança atribuída, 2,5%.
  Não afiançando que seja este o método usado, não levaria a resultados muito diferentes dos apresentados diariamente na Comunicação Social. Este embuste atrai um enxame de moscas, perdão!, de comentadores que passam horas a comentar esta ficção como se de realidade se tratasse.
   A quem interessa isto e porquê?
Interessa, antes de mais, a quem julga ter no eleitorado uma parte manipulável que acima de tudo, gosta de estar em maioria, como, “Maria-vai-com-as-outras.”. Interessa também a quem conte com a atitude dos fracos, vencidos antecipados, que pensam: “eles já ganharam, o meu voto não serve para nada. Não vou lá!”.
   Interessa lhes porque diminui o voto nas candidaturas menos conhecidas que os dois parceiros da coligação, com a passividade de outros, que deviam denunciar a situação em vez de a ela se acomodarem, tudo fizeram para esconder essas candidaturas, o que me leva a pensar, que vai ficar fora do Parlamento, gente muito mais capaz que a média dos que vão lá sentar-se.

  Porque há gente capaz nos “pequenos partidos” (designação abusiva, arrogante e prepotente posta a correr pelos que nos conduziram à situação miserável em que estamos!), tenho em quem votar.
   Sou livre de expressar a minha fé no futuro de Portugal!
   Sou livre de votar em quem julgo que melhores garantias de futuro nos dá!
   Sou livre de indicar, votando o futuro, que quero para os meus netos!
   O voto útil é o voto livre!

   Eu voto! E você?

Setúbal, 29 de Setembro de 2015

Paulo Eusébio


2 comentários:

  1. Também vou votar como sempre
    Quanto a sondagens... http://jumento.blogspot.pt/2015/09/andaluzes-votam-em-passos-coelho.html

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  2. Pois, esta sondagem ainda é mais "rigorosa" do que a descrita no meu texto.
    Agora a sério: Jumento, como de costume, não é nada burro na análise que faz.

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