Aí
estão as eleições, cada vez menos livres, mas ainda rotuladas de democráticas.
Menos livres porque enquanto os partidos do “arco da governação” têm ocupado
horas e horas de informação, desde há meses, os outros, com assento
parlamentar, têm tido um espaço muito menor.
Às
portas da campanha, a auscultação que se fez do que pensam “os maiores partidos”
teve a forma de debate transmitido, simultaneamente, nos três canais televisivos
(a RTP2 ficou de fora) e nas rádios de maior audiência nacional. Os “debates” em
que intervieram os outros partidos com assento parlamentar, foram atirados para
estações em sinal aberto mas acessível, apenas por quem tenha contrato com uma
operadora de “cabo”. Dos restantes, em estações de menor audiência, RTP2
incluída, passaram entrevistas, ou debates com gente das diversas candidaturas,
Num
processo democrático, seria de
esperar que, durante a Campanha, todas as candidaturas tivessem tratamento igual, pelos órgãos de Comunicação Social. Está à vista de
todos esta “igualdade”!
Gastam-se
horas e horas com os algozes, agora transformados em fadas-madrinhas, a cantarem
desafinados e a berrarem que, sem eles, estará tudo perdido e com saltitões, de
armas no bolso que disparam e atingem os próprios pés,
Para
muitas pessoas, as eleições vão ser disputadas, com hipótese de formar o futuro
Governo, entre o PàF (que nome sugestivo!) e o PS. E, como se não bastasse,
parecem ignorar que o PàF esconde em si os obreiros da miséria em que o País foi
mergulhado.
Só
a informação isenta, e a igualdade de tratamento, legal e de facto, permitem a escolha
livre eleitores.
A
informação tem sido distorcida ou omitida pelos disciplinados órgãos de
Comunicação Social, ao serviço das forças financeiras que sustentam este
Governo.
Sonegar
informação é limitar e Liberdade!
Outra
novidade desta campanha são as sondagens diárias que, mais se assemelham a
encomendas despachadas à pressa, como se o “sondador” morasse num prédio de14 ou
15 pisos e, ao sair de casa, chegado à porta da rua, tocasse sequencialmente a
todas as campainhas, e, à pessoa que o atendesse em cada um dos apartamentos
lançasse a mesma frase: “Bom dia,
Vizinho, sou o Ezequiel, do 14.º, frente. Se as eleições fossem agora em quem
votava?”. Posto isto multiplicava por dez o número de apartamentos do prédio
e somava as respostas de intenção de voto em cada candidatura, tendo o cuidado
de incluir os que não atendessem do lado direito, no PàF, no lado esquerdo, no
PS e, na frente, nos indecisos: para dar mais credibilidade, faria corresponder
o somatório disto tudo a 80%. Os 20% serviriam para apresentar como abstenção.
O resultado da sondagem diária, dependeria, de quem respondesse em cada dia, à
campainhada. Margem de segurança atribuída, 2,5%.
Não
afiançando que seja este o método usado, não levaria a resultados muito
diferentes dos apresentados diariamente na Comunicação Social. Este embuste
atrai um enxame de moscas, perdão!, de comentadores que passam horas a comentar
esta ficção como se de realidade se tratasse.
A
quem interessa isto e porquê?
Interessa,
antes de mais, a quem julga ter no eleitorado uma parte manipulável que acima
de tudo, gosta de estar em maioria, como, “Maria-vai-com-as-outras.”. Interessa
também a quem conte com a atitude dos fracos, vencidos antecipados, que pensam:
“eles já ganharam, o meu voto não serve para nada. Não vou lá!”.
Interessa
lhes porque diminui o voto nas candidaturas menos conhecidas que os dois
parceiros da coligação, com a passividade de outros, que deviam denunciar a
situação em vez de a ela se acomodarem, tudo fizeram para esconder essas candidaturas,
o que me leva a pensar, que vai ficar fora do Parlamento, gente muito mais
capaz que a média dos que vão lá sentar-se.
Porque
há gente capaz nos “pequenos partidos” (designação abusiva, arrogante e
prepotente posta a correr pelos que nos conduziram à situação miserável em que
estamos!), tenho em quem votar.
Sou
livre de expressar a minha fé no futuro de Portugal!
Sou
livre de votar em quem julgo que melhores garantias de futuro nos dá!
Sou
livre de indicar, votando o futuro, que quero para os meus netos!
O
voto útil é o voto livre!
Eu
voto! E você?
Setúbal, 29 de Setembro
de 2015
Paulo Eusébio
Também vou votar como sempre
ResponderEliminarQuanto a sondagens... http://jumento.blogspot.pt/2015/09/andaluzes-votam-em-passos-coelho.html
Pois, esta sondagem ainda é mais "rigorosa" do que a descrita no meu texto.
ResponderEliminarAgora a sério: Jumento, como de costume, não é nada burro na análise que faz.